Melastomataceae

Miconia goldenbergiana Caddah

Como citar:

Marta Moraes; undefined. 2020. Miconia goldenbergiana (Melastomataceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

34.218,868 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, município de Cariacica (Goldenberg 1224), Castelo (Goldenberg 1178), Santa Maria de Jetibá (Boudet 3304), Santa Teresa (Thomas 1624); RIO DE JANEIRO, município de Cachoeiras de Macacu (Lima 4351), Guapimirim (Markgraf 10249), Macaé (Leitman 37), Magé (Magé 1918), Nova Friburgo (Caddah 754), Petrópolis (Khulmann 12700), Teresópolis (Pardo 612); SÃO PAULO, município Bananal (Polisel 565).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Marta Moraes
Revisor:
Categoria: NT
Justificativa:

Árvore de até 11 m de altura, endêmica do Brasil, ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Com registros de coleta em três estados, apresenta EOO= 29540 km², AOO= 92 km² e presença em 12 municípios. Popularmente conhecida por Capicirica, é bem representada em herbários, com registros em Unidades de Conservação de proteção integral, inclusive com coletas recentes (2014). Miconia goldenbergiana foi considerada como Quase Ameaçada (NT) neste momento, pela proximidade com o limiar de categoria de ameaça, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2014
Quantidade de locations: 12
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Phytotaxa 356(2): 168, f. 1–4. 2018. Popularmente conhecida por Capicirica em Teresópolis (Pardo 1735).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores de até 11 m de altura (Caddah 718), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Miconia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB604866>. Acesso em: 28 Nov. 2019

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present regional very high
A região litoral sul do Espírito Santo apresenta elementos potenciais para o desenvolvimento de diversas atividades econômicas, sobretudo dos setores turístico e residencial. Entretanto, a não compatibilização dessas atividades com os recursos naturais disponíveis vem gerando modificações no meio físico/natural com elevado grau de desequilíbrio físico-territorial e ambiental, o que tem comprometido seriamente a estruturação do desenvolvimento regional (IPES, 2000). No território do Norte Fluminense é a crescente taxa de urbanização, com crescentes fluxos migratórios atraídos pela crescente oportunidade oferecida pelo setor petrolífero (Lemos et al., 2014). Adicionalmente, o setor do turismo vem sendo incentivado nas áreas Norte-Noroeste Fluminense, conhecidas como Costa Doce e Noroeste das Águas, respectivamente (Costa, 2015, SETUR, 2018).
Referências:
  1. IPES - Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves. 2000. Região litoral sul: indicativos para o desenvolvimento – Anchieta, Guarapari, Itapemirim, Marataízes, Piúma, Presidente Kennedy. Vitória, 68p.
  2. Costa, J.C., 2015. Os processos de apropriaçãi espacial da Praia dos Anjos e Praia Grande pelos visitantes e moradores de Arraial do Cabo, RJ. Monografia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 103p.
  3. Lemos, L.M., Araujo, B.P., Freitas, C.A. 2014. Dinâmicas territoriais no estado do Rio de Janeiro a partir dos anos de 1970: o Noroeste Fluminense e as Baixadas Litorâneas. Disponível em <http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404136739_ARQUIVO_CBG2014Bruna,CintiaeLinovaldo.pdf>. Acesso em 08 de dezembro de 2018.
  4. SETUR, 2018. Secretaria de Estado e Turismo. Disponível em <http://www.rj.gov.br/web/setur/exibeconteudo?article-id=2527548> . Acesso em 08 de dezembro de 2018.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present regional very high
Área largamente utilizada por atividades agropecuária, destacando o café no Estado do Espírito Santo e a cana-de-açúcar e pecuária no Rio de Janeiro (Lumbreras et al.,2004, Zoccal et al. 2006). No passado, a monocultura do café constituía a grande riqueza fluminense, influenciando o cultivo dos cafezais capixabas na região sul do estado. No entanto, erosão dos solos e a abolição da escravatura provocaram sua decadência, sendo substituído pelo plantio de cana-de-açúcar, principalmente na região norte-fluminense. Adicionalmente, o cultivo da cana-de açúcar, foi responsável pelo desaparecimento quase que completo das formações florestais (Fundação CIDE, 2001). A cana-de-açúcar, item mais expressivo da produção agrícola no fim do século XX, mantém-se como principal produto agrícola, com seu cultivo concentrado na região de Campos. Ainda hoje, o cultivo da cana e a produção do açúcar/álcool se posicionam com destaque na economia. No sul do Espírito Santo, o café continua sendo a principal atividade agrícola (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Zoocal, R., Assis, A.G., Evangelista, S.R.M. 2006. Distribuição geográfica da pecuária leiteira no Brasil. Revista Política Agrícola. Publicação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, n 4, 47-58.
  2. Lumbreras, JF., Carvalho Filho, A., Motta, P.E.F., Palmeri, F. Calderano, S.B., Baruqui, A.M., Pereira, N.R. Naime, U.J., Lemos, A.L., 2004. Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense - uma contribuição ao planejamento ambiental. Rio de Janeiro : Embrapa Solos,n 64, 21 p.
  3. Fundação CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro. 2001. IQM Verde - Índice de Qualidade de Municípios.
  4. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present regional very high
No passado, a Fazenda Muribeca, que abrangia o sul do Espírito Santo e norte do estado do Rio de Janeiro, era considerada a maior propriedade pecuarista do Brasil e se configurava como um importante elemento de interação da fronteira Espírito Santo- Rio de Janeiro, de forma a otimizar um trânsito populacional e financeiro constante na região. Além da pecuária, produzia-se cana-de-açúcar, mandioca e pescados (Plano de Desenvolvimento: Presidente Kennedy, 2018). Segundo a classificação de uso do solo, atualmente o pasto ocupa a maior parte da área dos municípios na região sul do Espirito Santo (SEAMA 2018). A região Noroeste Fluminense a agropecuária (pecuária leiteira) é a principal atividade econômica. A pecuária é extensiva, com a estrutura fundiária concentrada e uso inadequado do solo. Além disso, nesta região o longo período de atividades agropecuárias, o uso regular de fogo e mecanização intensiva resultou em elevado grau de degradação dos solos e, por conseguinte, na decadência sócio-econômicada região, na qual as atividades de uso atual das terras são pastagens degradadas (Gama-Rodrigues & May, 2001).
Referências:
  1. Plano de Desenvolvimento: Presidente Kennedy. Disponível em <http://www.portocentral.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Livro-para-o-site.pdf> Acesso em 04 de dezembro de 2018.
  2. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
  3. Gama-Rodrigues, A.C., May, P., 2001. Sistemas agroflorestais e o planejamento do uso da terra: Experiência na região norte fluminense, RJ. In: Macêdo, J.L.V., Wandelli, E.V. & Silva Júniro, J.P., orgs. Sistemas agroflorestais: Manejando a biodiversidade e compondo a paisagem rural. Manaus, Embrapa, p.130-136.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present regional very high
Soffiati (2011) descreve a história da devastação das florestas estacionais do Norte-Noroeste Fluminense entre os períodos colonial e republicano. Inicialmente, a mata foi derrubada pela exploração madeireira, que visava madeiras nobres para uso na agroindústria canavieira, e depois pela agricultura extensiva cafeeira e a criação de bovinos. Em um cenário mais recente, é crescente a ocupação da pela monocultura do eucalipto na região Noroeste Fluminense (Burla, 2011), assim como no sul do Espirito Santo. Nesta região, o eucalipto é a segunda principal atividade agrícola, além de apresentar crescimento quando comparado ao café (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Burla, R.S., 2011. A cadeia produtiva da silvicultura como opção de desenvolvimento sustentável para as regiões norte e noroeste fluminense. Dissertação de Mestrado. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. 160p.
  2. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
  3. Soffiati, A.A., 2011. Breve estudo de eco-história sobre a utilização humana das florestas estacionais do norte-noroeste entre os períodos colonial e republicano. Vértices, 13 (2), 7-30.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present local high
O município de Bananal com 61642 ha possui 31% de seu território (19190 ha) convertidos em pastagem. (Lapig, 2019). O município de Petrópolis com 79580 ha possui 5,3% de seu território (4238 ha) transformado em pastagem. (Lapig 2018). O município de Guapimirim com 36014 ha possui 29% de seu território (10586 ha) convertidos em pastagem. (Lapig, 2019). O município de Cachoeiras de Macacu com 95380 ha, tem 26% de seu território (25223 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Nova Friburgo com 93341 ha tem 6,6% de seu território (9207 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Macaé (RJ), com 121622 ha, tem 45583 ha (37%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). O município de Castelo com 66406 ha tem 30,3% de seu território (20157 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Cariacia com 27986 ha tem 12,5% de seu território (3514 ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018). O município de Santa Teresa com 68315 ha tem 12,3% de seu território (8449 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O sistema de gado ocupa notavelmente a maior extensão territorial, 83,7% da área agrícola total do município de Teresópolis (Meier et al., 2006).
Referências:
  1. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 17 de maio 2019.
  2. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 12 de Novembro de 2018).
  3. Meier, G., N. Kretschmer and G. Kahlert (Eds.), 2006. Hydrology and elevation of the municipality of Teresó polis (Map). Scale: (n.a.). Fachhochschule Kö ln. In: BLUMENProject Report 2006. Cologne.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.2 Small-holder farming habitat past,present local medium
O município de Santa Maria de Jetibá está localizado na região serrana do Espírito Santo. Martinelli, et al. (2012) realizaram um estudo de uso e cobertura do solo. Os resultados apresentados mostram que 23,05% da área é ocupada por cultivos agrícolas, e só 9,32% da área é dedicada à pastagem. 67,47% da área corresponde à cobertura vegetal. Em Santa Maria de Jetibá o uso do solo está diretamente relacionado à declividade e à altitude, de modo que há um predomínio de cobertura florestal na paisagem em geral do município (Martinelli, et al. 2012)
Referências:
  1. Martinelli, F.S., Sarnaglia Jr, V.B., Coelho, A.L.N., 2012. Estado de conservação de Áreas de Preservação Permanentes (APP) em duas áreas topograficamente distintas do Estado do Espírito Santo. Natureza Online, 10(4), 191-194.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo- 33 (ES)
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Parque Nacional Da Serra Dos Orgãos, Parque Estadual Do Forno Grande, Estação Ecológica Bananal

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.